Convidou-a para uma conversa, mas não sabia muito bem o que dizer. Encontraram-se no fim da tarde de sábado, num bar famoso da cidade.
Ele iniciou a conversa pelo tempo, que evoluiu para um papo tranquilo. Falaram sobre os filhos, cozinha, vinhos... Bem amistoso.
Lá pelas tantas e depois de alguns chopes, ele pergunta a ela meio nervoso:
- Se você fosse uma cor, qual seria?
- Quê?
- Uma cor. Qual cor você seria se pudesse escolher?
- Não sei, nunca pensei nisso.
- Pois eu seria verde. Como as matas.
- Verde? - Ela deu uma risada.
- Sim. Por que você ri?
- Acho engraçado alguém querer ser verde. Não faz o menor sentido.
- Pois pra mim faz. O verde me traz paz, serenidade e faz eu me sentir bem.
- Legal. Eu acho que seria vermelho.
- Vermelho? - Agora foi a vez dele soltar um gargalhada.
- Sim, me remete a energia, amor e sensualidade.
- Verde e vermelho dá o quê?
- Dá um Bloody Mary. Topa?
- Só se for agora.
Faz dez anos que estão casados e nunca mais voltaram àquele lugar. Mas todo sábado à noite tamam o drink sentados na varanda da casa olhando a lua. Quando tem lua.
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